20 de mar. de 2009

*Seus olhos.



OLHOS MORTAIS JURANDO AMOR,


TARDE CHUVOSA DE VERÃO.


BRAÇOS NERVOSOS CHEIOS DE PAVOR,


BOCAS ABERTAS DE PAIXÃO.






CABELOS REVOLTOS PELA CAMA,


CHEIRO PREVISÍVEL DE SOLIDÃO.


OUVE UM "DIZ QUE ME AMA"


SATURADO PELO ÓDIO DO PERDÃO.








LÁGRIMAS QUE JÁ NÃO CHORAM


INSISTEM EM FALAR PELO CORAÇÃO.


UMA BUSCA CANSADA E FERIDA


POR AQUELE QUE ESCUTA E FOGE DO NÃO.


18 de mar. de 2009


"Daria meu reino por um sorriso.Qualquer firmamento seria pequeno.Qualquer sentimento seria inválido e qualquer mar se faria calmo.Qualquer honra seria desonrada,qualquer traço humano seria desfeito.Tudo para explicar o inexplicável e calar o silêncio que fala."

-by'Jéssica Cohen

A minha clandestinidade



Sou clandestina

nesse mundo de corretos.

Sou a criminosa

nesse habitat de cegos.

Sou a pena que voa

acima do mundo de concreto.

Sou a assassina

nesse mundo de certos.

Sou a letra perdida

do alfabeto[in]completo.

Sou,sou e sou...

Se é para assumir a culpa,

eu assumo que sou.

Amigos?!

Teus olhos são a minha bússola,
teu sorriso a perdição.
Tuas palavras são o meu mundo,
o teu carinho,minha paixão.

Se é amor, ainda não sei.
E se fosse, como seria então?
Se nos temos como amigos,
amigos e amantes de coração.

[e você não me sai da cabeça]

Peço para meu coração fugir,
mas ele insiste em ficar parado
observando e esperando uma paixão
de um amigo, amante, louco e apaixonado.
TEMPO PASSA
TEMPO ARMA
TEMPO SAUDA
TEMPO SACRIFICA
TEMPO AGE
TEMPO DORME (?)
TEMPO OUSADO, TEMPO PASSADO.
Lápis sem ponta,
papel amassado,
sonho perdido e
preso no armário.
Caneta falhada,
livros rasgados
como todas as fotos
daquele apaixonado.
Borracha pintada,
caderno desenhado,
boca calada e
coração flechado.
Sonho adiado,
exercício apagado.
Tempo perdido e
sentimento magoado.

*Um jeito Clarice de ser


A menina estava sentada no terceiro batente da escadinha de ferro. Não lembrava mesmo o motivo de ali estar; estava ,apenas. Olhou para o céu: uma nuvem- mais ou menos grande, mais ou menos pequena- passeava devagar de um lado para o outro.

O vento bateu no rosto da menina. Na verdade, nem vento era. Era só uma brisa, leve, cheirosa e quieta. Quieta também estava a menina. Tinha os olhos brilhando agora. Talvez esteja lembrando de alguma coisa boa que acontecera antes desse silêncio surdo.

-Nada. -falou baixo.

O brilho dos olhos era uma lágrima nascendo. Queria chorar, mas não podia. Buscava-se forte, mas encontrara-se fraca. Caíram duas, três, quatro e formava-se um rio de lágrimas.

Passou as mãos pelo rosto enxarcado, limpou devagar. Olhava para as pessoas que por ali passavam. Fixou o olhar, de modo que uma ruguinha de leve apareceu na testa. Viu que cada pessoa trazia consigo seu carma, então por qual motivo arranjar outro? Cada um trazia preocupação estampada no semblante, e trazia também o smeblante de quem estava à procura da solução de seu problema.

Um cachorro sentou-se à sua frente, ficou a encará-la. A menina ficou parada, não sentia nada, apenas ficou olhando aquele bicho peludo que não sabia falar e também não se esforçava para latir.

-Quando ele latir... -pensou consigo.

Latiu.

Ela apanhou a bolsa que estava ao lado. Levantou-se e saiu. Deixou para trás todos os problemas.