15 de jul. de 2010

Resgate

Que seja um tanto verdade
que fui, que sou, que serei.
E independente de toda idade
que brinquei, que beijei, que amei...

E ainda que seja raridade
sofrer de tanto amar,
com a melhor honestidade
sempre jurei me calar.

E eu lembro com saudade
daquilo que nem tive
e quero, mesmo sem vontade

Resgatar esse coração
que diz qualquer inverdade
para fugir desse perdão.

1 de fev. de 2010

Devaneio

Hoje descobri,
sobre um novo olhar faceiro,
a minha vontade de te beijar...
Desejo que me consome inteiro.


Teu olhar despertou-me
um mundo de ideias
cheio de novidades,
e sonho com nossa estreia.


Tudo como imaginei
o contato, a conversa, a pele, a boca
o suor, a mistura mais que louca.

Tudo como sonhei
o tato, paladar, olfato
o beijo, o tesão, o ato...


[Leudo Jr. - 04/12/2009]

Nossas bocas em um verso

Se cada poesia for um beijo
Mil livros de poemas desejo
Cada página da tua pele
No terceiro verso já ferve.


Vejo nascer um sorriso
E é isso que preciso
Seu beijo no meu poema
Na sua boca meu emblema.


Se cada poesia for assim
Escreverei direto e sem fim
Te entrego sem alvoroço
Só pra beijar seu pescoço.


Poesia dos teus lábios
Os versos mais que sábios
Escrevo agora bem feliz
Só pra beijar seu nariz.


Poesia emocionante
Quando vejo seu semblante
Da sua boca inspira o gosto
Só pra beijar seu rosto.


Se cada poesia for alegria
Escreverei noite, madrugada e dia
E todas as linhas acharei poucas
Só pra encostar nossas bocas.


[Leudo Jr. -05/01/2010]

17 de nov. de 2009

Sonhos da alma. Tentava colocar as idéias em ordem, mas a luz acesa ofuscava a visão. Aquela luz. Teria ela a capacidade de acabar com os sonhos alheios? Não. Ela mesma tinha
comprado aquela coisa.Tudo bem que ela chamara o Zé, aquele eletricista do condomínio, para colocá-la; no mais, a lâmpada era dela, seria usada por ela, e a ela deveria obedecer.
Desistiu de pensar e ficou olhando, percebendo a teimosia da lâmpada. Ser difícil ela era. E a sua completude perecia a um simples toque no interruptor. Coitada! Estava ela, tão cheia de si, tramando contra todos e contra tudo. Era só um toque. Uma leve intromissão daquela que estava deitada e sonhava com toda a alma.
A mulher continuava deitada, sem ter coragem para levantar. Faltava-lhe o ânimo, as forças. Faltava a vontade. A vontade era de ser aquilo que não era. Conseguira tudo na vida, menos sua própria felicidade. Conseguira vencer batalhas, formar-se advogada, ter sua casa, ocupar o lugar máximo da empresa, e de que lhe servira tudo isso? Não havia se quer vontade de levantar e vencer uma reles lâmpada. E ela era toda assim.
Tudo na mais infinita sombra. Era assim que sentia, era assim que via. Mesmo com aquela lâmpada ali, no seu rosto. Porque sabia que não há treva maior do que na maior claridade. Não há voz pior do que a do silêncio. Queria chorar. E chorou. Chorou ali, deitada no seu canto. Sua vida seria isso mesmo? Chorar ao perceber que já não pode mais, não mais... Não mais o quê?
Aquele ser pequeno que lhe aparecera do nada, jurando lealdade e fazendo promessas de fidelidade. Pobre dela que era crente. Deveria ter percebido que nada que se compra é eternamente obediente. E aquela luz fazia isso. Pedia, rogava, suplicava para que não fizesse, para que não a deixasse, para que não a magoasse, mas era em vão. Tudo nela estava quebrado, tudo despedaçado.
Pobre coração em desgraça que pensava ser o mais nobre. As cores se faziam cinzas. Em tudo havia uma incompatibilidade. Faltava-lhe chão, mesmo estando deitada sobre o colchão macio da cama. Aquela cama... Não queria lembrar! Não podia! Havia ali um antro que não suportava mais. Havia ali, naquela casa, um cheiro de traição que lhe era insuportável. Levantou depressa e por pouco não cai. Corre ao banheiro, vomitou a comida e todas as palavras que queria dizer e não disse.

20 de out. de 2009

Meu Carnaval ♪

Bateu agora uma incompreensão qualquer, uma vontade de rir sem motivo. Qualquer ar que se cheira é provável que se sinta o perfume? Uma brisa bateu leve e assanhou minha paz. Mas aquilo que te traz é verdade, é mentira ou tanto faz? Uma menina de flor no cabelo, mudou seu rumo, desenhou seu mundo e foi bem capaz. Daquilo que fui e tenho certeza de tudo que não serei mais. Vontade de voar, brincar de ciranda, amar sem parar e ouvir o grilo que canta. Desenho qualquer que foi desenhado mostrou outro lado daquele que planta. Menino ligeiro que vem chegando fevereiro! Em fevereiro brinca e salta, menino peralta, carnaval de ferreiro. São só cinco dias de tudo e toda alegria que a menina e o menino gritam naquela folia.

2 de out. de 2009

Poeminha sem título'

É que não há nesse mundo
sentimento tão bom e perfeito.
E não existe também coisa
mais detestável desse jeito.

São palavras medidas que
preferem um carinho e respeito.
São bocas, braços e pernas unidas
que se acham em um leito.

É qualquer saudade
daquilo que não foi feito.
É qualquer inverdade
que maltrata o peito.

Juras

Palavras ao vento,
juras que faço.
Observo movimentos
dentro de um espaço.
Busco um intento,
me perco e não passo.
São juras ao vento
tudo aquilo que realço.
Perco-me calada
buscando meu espaço.
Prevejo o movimento
do teu ser infalso.

29 de set. de 2009

Não valho nada

Deus é testemunha que
por você andei em desertos,
perdi tudo...minha força e coragem,
perdi minha vida e verdade.
Esse céu não era azul!
Ele tinha o brilho dos teus olhos
que faiscavam de vontade...
vontade imensa de te ter!
Mas minha vida não tinha norte
gritei para os quatro ventos,
apelei para nossa sorte.
Vi que não valho nada, muito
menos sou forte pra pensar
em me separar de você!

25 de set. de 2009

E esses olhos perdidos que insistem em me observar e as estrelas do céu que estão sempre a brilhar. Qualquer dia desses, crio um mundo só para mim, vou morar por lá. Já tentei morar em Pasárgada, mas fica ainda muito perto; já tentei na Disneylândia, mas tem muito barulho; já visitei o Papai Noel, mas a terra dele é muito fria, e na Terra do Nunca, nada nunca acontece. Crio então, a partir desse exato momento, a cidade Diassol (dia+sol= Diassol).
Diassol é uma linda cidade do litoral, rodeada pelo Oceano de Ilusões. Seu céu é verde-limão, as flores de Diassol são as mais lindas já vistas em todo mundo. As borboletas, ah! as borboletas! são multicores, batendo as asas tentando chegar ao céu. Os pássaros todos em algazarra, uma dança frenética que eles sempre fazem... Todos os pássaros de Diassol vivem em liberdade e todas as pessoas também! As pessoas não sabem o que é porta, nem janela, muito menos grades... Lá, todos são donos de tudo, todos se respeitam. Nunca souberam o que é pecado, nunca caíram em tentação. Todos amam e são amados, não existem feios, não exitem belos. Todos se cumprimentam, dão-se bons-dias; todos conhecem o prefeito.
O prefeito atende por nome de Ninguém. Ninguém tem nariz empinado,mas é um bom menino, sabe o nome de todas as ruas de Diassol: ''a rua de trás,é a Alameda dos Arcanjos; essa é a Rua da Brincadeira; a próxima à direita é a Vila dos Sonhos e a da esquerda é a Rua dos Desejos''; Ninguém é um excelente prefeito, sabe o nome de todos em Diassol, vai visitar os turistas e sempre entrega o símbolo da cidade de lembrança a eles. Ninguém é um rapazote de 16 anos. Em Diassol, de acordo com a Constituição vigente, um prefeito pode ter, no máximo, 18 anos. Lá as leis são outras.